Educação Pública de Sobral é novamente destaque na grande mídia nacional

Reportagem de capa da Revista Exame desta semana destaca a qualidade da educação pública de Sobral como “ilha de excelência” e exemplo para todo o país

A qualidade da educação pública de Sobral foi mais uma vez destaque na Revista Exame, de circulação nacional especializada em economia. A reportagem de capa da última edição, que estará nas bancas nesta quarta-feira (30), intitulada “A diferença começa na escola”, destaca Sobral como uma “ilha de excelência em alfabetização” e exemplo para o Brasil de como políticas educacionais podem proporcionar um salto para a educação pública. E faz também um paralelo da evolução da educação no Município nos últimos 13 anos com a evolução da economia, especificamente, da produtividade da Grendene, que escolheu a cidade para instalar a oitava unidade, em parte, pela qualificação da mão de obra. 

A matéria também destaca o êxito do Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), criado em Sobral e que foi levado para todo o Estado do Ceará, pelo Governador Cid Gomes, e agora é modelo que será replicado em todo o Brasil pelo Governo Federal, com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). “O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador do Ministério da Educação, é maior em Sobral do que em qualquer capital do Brasil nos anos iniciais do ensino fundamental”, diz trecho da reportagem.


As estratégias para a evolução da educação pública de Sobral estão sendo mantidas e aperfeiçoadas pelo Prefeito Veveu como, por exemplo, a construção de 16 Centros de Educação Infantil e das 20 Escolas de Ensino Fundamental em Tempo Integral, que fazem parte dos investimentos em infraestrutura previstos no Projeto Escola Aprender Melhor, que reúne um conjunto de ações e investimentos para melhorar, ainda mais, a qualidade do ensino no Município. 


A educação pública de Sobral já foi destaque em várias reportagens de revistas e jornais de circulação nacional como a própria Revista Exame, a Revista Época, o Jornal O Globo, a revista americana Forbes e outros jornais de circulação nacional.

Leia parte da matéria da Revista Exame abaixo:

A diferença começa na escola


Capa da Revista desta semana
Com 120 bilhões de reais a mais e 5 milhões de estudantes a menos, o Brasil terá, nos próximos dez anos, uma oportunidade histórica para tirar o atraso na educação básica — e garantir que nossa economia de fato decole

As meninas da foto ao lado moram e estudam no distrito de Aracatiaçu, em Sobral, no Ceará. Aracatiaçu fica a 60 quilômetros do centro de Sobral, que por sua vez está a 250 quilômetros de Fortaleza. É a zona rural de uma das cidades mais quentes do país. Pior: o sertão nordestino sofre com a maior seca dos últimos 50 anos. Na escola delas, o ventilador só espalha o calor. Quando a reportagem de EXAME visitou o local, fazia 40 graus. Mas essas crianças têm sorte de viver ali. Nos últimos 13 anos, Sobral vem se consolidando como um exemplo bem-sucedido de reforma educacional. O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador do Ministério da Educação, é maior em Sobral do que em qualquer capital do Brasil nos anos iniciais do ensino fundamental. O mais surpreendente é que os efeitos dessa política educacional já são sentidos até no setor privado. A fabricante de calçados gaúcha Grendene chegou a Sobral em 1992, quando a atividade econômica local era quase toda agrícola. Na época, o único requisito para trabalhar na fábrica era não ser completamente analfabeto — e mesmo assim era difícil conseguir gente. Os programas de treinamento se dedicavam a ensinar os empregados a compreender textos e a fazer contas básicas. Nos últimos três anos, a Grendene tem intensificado a troca daquela mão de obra mais rudimentar por jovens — de Sobral mesmo. A empresa sente o efeito na forma de melhoria da produtividade. Em Sobral estão oito das 13 fábricas da Grendene e quatro de cada cinco trabalhadores que emprega. Hoje, com máquinas novas e gente que teve acesso a uma educação melhor, a Grendene produz 20 milhões de calçados por ano a mais do que em 2009 — com 9 000 funcionários a menos. "Diria que 70% de nosso ganho de produtividade se deve a uma seleção mais apurada da mão de obra", diz Francisco Schmitt, diretor de finanças da Grendene. "Em geral, o investimento em pessoas tem retorno maior do que em capital físico", diz o economista Samuel Pessoa, da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro.

Tudo começou com uma simples pesquisa. Em 2000, o prefeito Cid Gomes, atual governador do Ceará, encomendou um estudo sobre o padrão educacional da cidade. O levantamento mostrou que, no 4° ano do fundamental, quando os alunos costumam ter 9 anos, metade das crianças nem sequer conseguia juntar sílabas e ler palavras. A constatação deflagrou um plano de ação para corrigir o atraso. Diretores passaram a ser escolhidos por processos de seleção em vez de indicação política. O conteúdo das aulas começou a seguir um cronograma único e detalhado para todo o município. Os professores iniciaram uma capacitação mensal para aprender a ensinar. Avaliações viraram uma constante, mas não para punir quem não aprendia, e sim para verificar se os alunos progrediam — não há reprovação em Sobral. "Sem esse acompanhamento, muitos alunos seriam reprovados à toa", diz Claudia Barbosa Viana, professora de português da escola Francisco Aguiar, onde estudam as meninas que abrem a reportagem.

Hoje, a proporção das crianças que leem e compreendem textos é de 97% no 2º ano do ensino fundamental — aos 7 anos de idade. A psicóloga Izolda Cela foi a secretária de Educação de Sobral de 2001 a 2006. Em 2007, passou a ocupar o mesmo cargo no governo do Ceará e levou o Programa de Alfabetização na Idade Certa para todo o estado. De 2005 a 2011, o Ceará foi o estado que mais avançou no Ideb até o 5º ano do fundamental. "O mais importante da reforma foi avaliar escolas e alunos e cobrar um desempenho melhor", diz Martin Carnov, professor da Universidade Stanford que estuda a educação na América Latina. O programa cearense agora inspira um similar em esfera federal. Lançado neste ano, visa garantir que os alunos de toda a rede pública no país estejam alfabetizados até os 8 anos.

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